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Postem contos, poemos de vossa autoria

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Mensagem por Luc Lee Dom 15 maio 2016 - 21:31

Vou começar com um dos meus contos favoritos que eu criei... huahua:

"Fernando passeava por um parque quando viu um poço fora da estrada. Parecia velho, como se ninguém tivesse o usado nos últimos cinquenta anos.
- Vou fazer um desejo! - disse Fernando - Pois dizem que se você tiver uma moeda e jogá-la num poço velho, pode fazer um desejo e ele se realizará.
Fernando tirou uma moeda de cinco centavos, a única que ele tinha, do bolso da calça e, pensando em um desejo com a língua para fora, jogou-a no poço. Demorou alguns segundos para ouví-la bater no chão, e então houve um silêncio.
- Que porcaria! - ele exclamou - Isso é besteira, vou para casa.
Mas antes de se virar, houve um grande barulho, como se fosse o barulho da máquina de um metalúrgico. Fernando, assustado, então percebeu que o barulho vinha do poço, e desse também saia uma fumaça azul. Havia um agradável cheiro, assim ficou por muito tempo.
Então um gênio saiu de dentro do poço. Era um Macho gordo e baixo, que flutuava, sentado sobre seu cajado. Tinha a bele azul e uma baita barba castanha, além dos olhos cinzentos.
- Meu jovem! - ele disse, com voz altiva - Meu bom jovem! Quem agora me acorda? Eu estava cochilando já fazia algum tempo. Espero que seja algo importante nesta vez.
Mas Fernando estava sem palavras, olhando para aquele gênio. Pensou em correr, mas agora que a criatura havia falado, ele se admirou.
- E-eu, eu sou Fernando - ele disse - Meu nome é Fernando. Por favor, senhor, não me transforme em nada feio. Não me mate também! Sou jovem e cheio de sonhos. Estou terminando a faculdade. Tenho muito pela frente. Piedade!
- Tudo bem! - o gênio levantou a gorda mão - Fique calmo, jovem Fernando. Não o matarei, a não ser que me deixe realmente com raiva. Meu nome é Og, eu sou um gênio, elfo, mago, deus, fado, ou qualquer coisa que você quiser imaginar. Na verdade, nem eu sei o que eu sou de verdade, de tão antigo. Mas diga-me, Fernando, qual o seu desejo?
- Ó, Og, o Poderoso - Fernando disse com medo - Eu já fiz meu desejo em minha mente, em silêncio. Eu joguei aquela moeda no poço pois, segundo o que dizem, é assim que podemos conquistar nossos sonhos.
- Mas ora - disse Og - Aquela moedinha acertou com força a minha cabeça, por isso acordei. E eu não ouvi seu desejo, pois você o fez em silêncio. Deve falar, meu Fernando. Agora que estou aqui, pode fazer dois desejos: um para você e outro para outra pessoa
- Ó, sim! - respondeu Fernando - Pois eu tenho um desejo: quero ser rico, muito rico! Porém, ainda não sei o que farei com o outro desejo...
Pois Fernando pensou muito. Pensou nele mesmo, mesmo sabendo que o desejo era para outra pessoas, pensou na sua mãe que andava mancando, pensou no tio cego, no primo diabético, no melhor amigo alérgico a cebolas. Mas mesmo assim terminou pensando na namorada, que era mais feia do que velha leprosa.
- Já sei! Desejo que minha namorada seja muito bonita! Assim terei riqueza e beleza para mim.
- Assim será feito, jovem Fernando - disse Og - Você terá todo o dinheiro do mundo. Amanhã de manhã, quando acordar, verá um saco enorme de dinheiro debaixo da sua cama. Assim será para sempre na sua vida. Quanto a sua namorada, amanhã ele acordará lindíssima.
Fernando agradeceu sorrindo e viu Og deixando o poço, partindo como um jato pelos céus. Ele, sorrindo e alegre como uma Capeta, voltou para casa e ansiosamente esperou cair a noite, para que dormisse.
Quando acordou no outro dia, sua namorada ainda dormia ao seu lado na cama, com um travesseiro sobre o rosto. Olhou para debaixo da cama, babando, e viu um saco enorme de dinheiro. Ergue-o e parecia ter mil quilos. Abriu o saco e viu que haviam apenas um monte de tampas de garrafas e papel picado.
Confuso e quase chorando, ele se virou para a namorada, tirando o travesseiro, viu que estava muito bonita, e ele se admirou com toda a sua enorme beleza. Por um tempo, achou que apenas aquele desejo funcionara. Mas ao tentar acordá-la, não conseguiu fazê-lo. Logo viu que ela estava morta.

Fernando encontrou em seus desejos apenas a sua ruína. "
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Mensagem por Iagobrum Dom 22 maio 2016 - 0:35

Ando escrevendo esse conto a certo tempo, porém está incompleto.


"Deveria ouvir um pouco sobre uma vaca chamada Lacthea, que parecia estar muito feliz por muito tempo e logo de manhã já estava mugindo. Ela, porém não sabia que pelos longos campos que ela gostava de pastar havia uma estrada perdida. Uma estrada esquecida, que já havia coberta de arvores e verde. Um dia quando andava, ela se sentiu tão atraída pelo caminho que largou toda a fazenda atrás dela e foi pela estrada. Lá ela conheceu muitos novos frutos, e para agradar o fazendeiro, ela colocou muitos deles em seus lombos. Quando chegou, porém na metade da estrada, se deparou com uma grande clareira iluminada. Lá havia uma lamparina soltando uma luz azul fraca, a vaca achou que era uma fruta e colocou em seu lombo. Quando ela voltou ao dono, se agachou e de seu lombo caíram todas as frutas, e ele disse:
- A onde encontrou esses frutos tão estranhos?
- Numa estrada por ai.
O fazendeiro olhou desconfiado, coçou a cabeça e disse:
- To bom, que seja, como recompensas te darão o fruto mais belo que trouxe, parece uma lamparina - e o fazendeiro entregou a ela bem aquela luz azul da clareira, e ela esteve muito feliz com a dádiva: Continuou mugindo de manhã como fazia, e todos a temiam, pois ao seu lombo ela carregava esse "fruto lâmpada" - que brilhava muito - como uma estrela azul em um céu escuro que era o campo. Embora tivesse um lado bom, tinha um lado ruim, nenhuma vaca, boi ou bezerro se aproximava mais dela - é claro, pelo medo que tinham - afinal não é todo dia que encontramos vacas carregando luzes azuis nos lombos. Por isso a vaca tomou a estrada perdida novamente, e começou a vagar por ela: Chegou mais longe do que a clareira, e viu que esse caminho ligava varias fazendas. No caminho viu seres muito estranhos: trasgos tocavam clarins e gnomos faziam panquecas com bétulas. Nada a impressionou tanto quanto as arvores conversarem com esses seres. Chegou a uma parte onde haviam buracos no chão - bem fundos - e um morro que ela desceu fazia ela se sentir revigorada. De repente, ela ouviu um barulho parecendo vir das águas! Sim! Das águas! Era uma cantoria que dizia: Por que está triste?

Por que vai partindo?
Há uma cama aqui
E conforto para ir dormindo!
Sinta o cheiro da lenha Nos fornos de comida
Veja tantos barris
De estrondosa bebida
Ha! - por que anda só?
Por que parece mancar
Na sua cabeça há um nó
Então pare de vagar
Por que fugiu de longe?
Por que parece chorar
Limpe seu rosto no rio

Sim. Parece idiota, e quem as cantava sabia disso, mas se dissesse que era realmente isso eles ririam de você. Havia uma cantoria vindo direto de águas cristalinas do rio. E de lá saíram elfos extremamente risonhos e alguns mais sérios e sábios. A vaca deu um "olá" robusto. E vendo que já era mais de seis horas, e que pela canção haveria abrigo a ela, permaneceu lá, No meio entre eles havia um amigo jovem e alto que apareceu e disse:
- Saudações.
- Obrigada - disse Lacthea - poder-me-ia dizer onde estou?
- Você chegou à floresta grande, rodeada pelo rio. Nós observamos seu caminho desde quando se exilou da fazenda. Mas agora, não perca de se abrigar conosco! Festas e banquetes se aproximam!
Lacthea concordou e seguiu todos até a casa desse líder dos elfos, que estava de portas abertas. Lá haviam camas para dormir, chaleiras e pratos para comer, bancos para ler, instrumentos para tocar, e tudo mais de boa estima desse povo. Ela se deitou em uma quente cama, iluminada por uma estrela que ficava bem no quarto, O nome dela era Aerv, e quando Lacthea queria dormir: Soltava uma formula de mugidos que apagava o astro - essa foi uma boa parte da estadia - na verdade ela ficou lá por uma semana - o líder daquela casa eram aqueles elfos altivos que tinham parentes muito antigos, que se envolviam em guerras longe de qualquer local habitado por gente, contra um mau antigo, e também amigos de antigos reis humanos do norte. Que tinham uma glória muito maior do que a de seu dono.
Nos próximos dias, ela viu um grande relógio pesado – fazendo “Ding Dong” como todo relógio descente. Então ela perguntou ao líder dos elfos da onde vinha aquilo, e ele disse:
- Já faz muito tempo atrás, um rei de Machos chamado Kuiflithin passou por aqui, e trouxe isso de presente, que na época era uma tecnologia nova.
- Estranho – disse Lacthea – não sabia que os elfos usavam essas coisas dos dias atuais.
- Todos deveriam se atualizar nesse caso, a não ser quando novas invenções são feitas para o mau.  Nossos primos escuros nas florestas são fechados, e se passar por eles não será bem tratada. Na verdade eles são hostis a qualquer visitante.
Essa foi uma de várias conversas informativas. Algumas sobre reis de outrora, outras sobre um marinheiro muito antigo e conhecido, e outra sobre um chamado Aelfwine: Que havia chegado a uma ilha de nome Yreanth se agarrando em um lençol que voava pela praia, e deixando-o levar seu barco leve. Lá ele encontrou tartarugas que anunciaram a vinda de seus filhos: Esses eram nada menos que Hengest e Horsa (quem não os conhece?) que, com ajuda desse marinheiro, conseguiram conquistar o que hoje em dia é chamado Inglaterra – e afinal, Lacthea era de  Orford – por isso foi contado a ela que antes de seu lar ter aquele nome, ele era parte de um grande complexo de palácios.
A semana passou rápida, e dentro de Lacthea crescia uma vontade de voltar para casa e se reencontrar com todos. Desejou jogar aquela lamparina, porém mesmo depois de atirá-la nas águas: A luz continuou em seu lombo, como pedaços azuis de pão. Ela esteve muito triste naquele momento onde tudo desabara. Foi falar sobre isso com os elfos, e eles responderam:
- Não entre em pânico. Ora, ora, ora, há ainda uma chance para se livrar dessa luz.
- Qual?
- Viagem no tempo – especulou um, e todos ao lado riram até caírem.
O líder do povo se intrometeu sério entre todos e disse com solene voz:
- Não existe viagem no tempo. Mas existe viagem para longe, quem sabe Lacthea um local onde possa ser limpa dessa luz que a todos espanta?
Muitos se calaram, outros saíram de lá, um sobrou, um camarada pálido e alto: O nome dele era Bronveg, e ele disse:
- Sei bem um rio onde pode se limpar. Não é tão longa viagem, mas é uma viagem perigosa.
- Estou disposta a tudo.
- Então que seja, existe um modo de encurtar sua viagem – o líder se intrometeu e continuou – sei bem do que Bronveg fala, ele se refere à floresta escura. Tome cuidados, os moradores de lá são arrogantes e não gostam de viajantes.
- Continuo disposta – disse Lacthea.
- Então, se poder ir ao fundo desse lago cristalino, haverá um atalho. Então, deixe-nos levar-te até lá.
 Levaram a vaca até o rio cristalino. Ela deu um adeus longo e um abraço apertado em cada um. Colocou suas patas lentamente na água fria e foi descendo até o fundo. O que contaram a ela é que sairia em uma floresta, e lá no leste havia um rio onde ela deveria se banhar. Por isso ela não ligou para a frieza das águas, e foi nadando até o fundo: Quando encontrou um buraco na diagonal que deveria entrar. E é ai que um clarão muito forte foi visto como uma rodela na água, ela seguiu aquela luz.
Quando voltou aos seus sentidos comuns de vaca descente: Percebeu estar na mesma rodela, a decepção a tomara de forma lúgubre. Como se poderia esperar, ela começou a andar por um denso nevoeiro que separava uma rodela de água da outra: Não via nada a frente, porém sentia aquela sensação cavernosa dentro de seu coração.
 De súbito ela se sentiu tropeçando em algo: Uma rocha ou uma concha muito grande, ela pensou que se aquilo fosse um perigo, já teria se livrado dele. E isso é bem verdade, a pobre sombra redonda no meio da névoa pareceu ser atingida num ponto que a desligou, e ela ficou esticada no pântano feita um inseto morto.
Lacthea continuou andando: De fato estava num lugar muito longe, alguns castelos apareciam nas colinas, sempre aterrorizantes e parecendo ser construídos por pessoas más. Subitamente, ela sentiu um peso em sua coluna: Uma mão fria, ao olhar para trás, viu ninguém menos que a figura que ela havia sem querer chutado:
- Te procurei a tarde toda! – a voz era realmente ameaçadora, e quando a luz bateu sob a figura: Se revelou um Macho barbado em um manto azul marinho – te achei.
- Quem és tu? – perguntou Lacthea, já de forma solene, pois afinal, falava com alguém importante.
- Meu nome de verdade nem eu sei, mas me chame de Cuifidh, e não me pergunte por que estou aqui.
- Por que está aqui?
- Cale-te! Não sabia que bovinos falavam. Não está me ajudando.
- Ajudando no que? Não te atrapalhei para não ajudar.
- O coice! O coice! Então, agora, ande direção leste e não fale nada se não é seu fim.
Lacthea só poderia colaborar. E foi isso que fez, começou a andar: No meio do caminho, Cuifidh contou a ela que fugia de uma prisão, onde um inimigo muito cruel e seus torturadores se assentavam. Nessa hora ela se assustou, pois soube que os castelos que passou eram essas prisões, e que se ela ficasse mais tempo nos pântanos, teria sido pega por um gigante ou um ser parecido:
- Ele existe desde tempos antigos, porém, agora. Pois ele em si está por muito tempo aprisionado, e só seus servos restam. Estes habitam prisões de ferro e trazem mau gratuito à essa estrada: Não me responda nada.
Assim eles continuaram a estrada, quando um espinho perfeitamente de quatro faces retas espetou a pata de Lacthea. Como é de se esperar, ela soltou um mugido de dor. Cuifidh se irritou profundamente, pois aquilo havia revelado a todos a posição deles: E das arvores, agora saia um emaranhado de coisas verdes e figuras sinistras:
- Cale a boca se não te transformo em um sapo – mas a vaca continuou mugindo de dor, logo não houve escolha para Cuifidh senão pegar um cajado e bater na cabeça de Lacthea.
Logo, ela começou a se sentir paralisada. A grama pareceu crescer envolta dela, e quando ela olhou para si mesmo, ela era uma rã. Cuifidh bateu com o cajado novamente: Ela se tornou uma raposa, depois um lobo, depois um ser repugnante de sombras. E por fim, Cuifidh estralou seus dedos: E de repente ela cresceu e tomou forma humana. Dessa vez foi forma humana masculina: Com cabelos castanhos grandes e vestes de viajantes, uma roupa verde amarrada por um cinto de couro e longas meias brancas sob a calça: Havia um pequeno punhal em suas botas. Isso assustou profundamente o que (antigamente era) Lacthea.
Logo as figuras começaram a sua perseguição: Algumas vezes o Macho sem nome tirou o punhal da bota e tentou transpassá-los. Alguns conseguia e fazia cair no chão, muitas vezes como uma arvore. Eles correram desesperadamente, com as mãos na frente do rosto por causa dos espinhos. Muitas vezes despistavam os seres, mas andavam num emaranhado e por mais que não quisessem faziam barulho e chamavam os seres. Esses vinham pelas arvores sussurrando coisas sinistras, e quando mostravam seus rostos (por mais que já tivessem feito isso muitas vezes) assustavam os dois. Por fim eles se jogaram no chão como frutas maduras caindo de uma arvore. Dessa vez sujaram suas roupas com uma terra Niggah e sentiram o gosto de raízes na boca:
- Não estamos seguros – disse Cuifidh.
- Não estamos mesmo – disse a antiga Lacthea, agora um Macho – me dê um nome para não ser chamado de “você”, por favor.
- Que seja! Aegel?
- Aegel soa bem, de onde tirou isso?
- Sei lá. Tirei da minha cabeça. Agora não temos mais tempo, vamos.
Os dois levantaram do chão como mortos-vivos saindo de um túmulo ou batatas brotando subitamente. Correram desordenadamente pelas arvores se esquivando delas: Logo a noite havia caído, a lua saiu de uma colina como se fosse um grande barco no mar.
Sobrou um pedaço de carne fria e seca que Cuifidh carregava, ele a tirou de uma bolsa de tecido: Onde havia também uma garrafa de vinho. A qual Cuifidh bebeu e após um longo arroto, desmaiou como bêbado. Aegel continuou acordado, com olhos ardendo na noite: Feito uma magnífica coruja. Suas pernas estavam tremulas, e a cada instante ele tentava puxar um pouco a mais da coberta que estava na bolsa de Cuifidh sem fazer barulho. Somente quando chegou meia noite, ele conseguiu cobrir suas pernas, e assim, livre do frio, a noite passou.
 Aegel somente acordou pela madrugada. Havia ouvido um grito agudo como de um corvo em seu ouvido, e isso o preocupava profundamente. Ele revirou e revirou a bolsa, achando que algo havia sido roubado, mas não havia nenhum item a menos: Nem um pedaço de carne fria. Ele, com muita decepção como podem ver, se levantou largando sua coberta no solo frio. Foi caminhando, e por mais que ele odiasse isso, às vezes, irritantemente ele tropeçava em algumas pedras e fazia um barulho assustador: “Se houver algo aqui – pensava ele – com toda certeza já dei a ele minha localização” – porém ele continuou andando – chegou a um bosque, e de lá era impossível enxergar Cuifidh.
Subitamente. Ele percebeu uma luz fraca, que aparecia entre as arvores e era facilmente tapada se Aegel colocasse sua mão à frente. Ele continuou, correndo desta vez, com animo revigorado. Ele não via à hora de voltar e acordar Cuifidh, dizendo que havia uma ajuda nos bosques.
 Mas isso não ocorreu, pois quando ele desvendou as arvores: Ele somente viu uma grande fogueira, com um fogo claro e fumaça escura subindo até se misturar as nuvens. E ao invés de ajuda, estavam sentados envolta dela dois gigantes. Sim! Gigantes. Talvez idênticos aos que aparecem nas mais antigas histórias, e muito conhecidos, e por isso temidos por pessoas (ou bovinos) como o nosso pobre Aegel.
 Ele tentou fugir. Mas tropeçou miseravelmente em uma raiz e caiu de cara para o chão, logo, sentiu um peso sob seu corpo: E um desconforto grande nas suas juntas, como se estivessem sendo esmagadas. Foi assim que ele foi capturado."


Também comecei, e já abandonei, uma novela:

"Ulwin e Albion
. CAPITULO I: “PARA FRENTE PEQUENO ALBION”

- Albion! Albion!
- O que? – respondeu o mesmo.
- Onde está Albion?
- Aqui – respondeu o jovem.
- Aonde é “aqui”? – indagou o velho Ulwin, aparando e selecionando um amontoado enorme de grandes folhas na mesa, enquanto continuava repetindo como mantra “Venha aqui Albion, venha”, quando se passaram segundos e nenhum sinal dele, ele somente desistiu de organizar as folhas e saiu de lá murmurando palavras estranhas, provavelmente protestando contra o atraso do jovem.
De repente de uma porta escancarada de madeira sai um Macho pálido com um longo bigode sob o rosto, um cabelo penteado para trás que diz:
- Senhor, por que me chamou tanto?
- Preciso te contar algo, bem... Ah, interessante que descobri hoje.
- Diga – respondeu ele seco.
- Eu estava organizando uns papéis aqui e lá, e de repente por acidente encontrei na gaveta de meu falecido pai (ele fez uma prece com as mãos e murmurou “que deus o atenha”) e encontrei um belo manuscrito dourado de longe, me aproximei e lá estava uma arvore genealógica
- Que bom – disse Albion – mas o que tem de tão grande nisso?
- Tem tudo de grande!
- O que é “tudo de grande”?
- Bem – Ulwin gaguejou e voltou a dizer – assim podemos rastrear parentes seus, de seu pai que é meu irmão e meus. E por incrível que pareça o nome que aparece no inicio da arvore, o fundador da família, se chama Alboin!
- Sim! Esse não era o nome do rei dos Lombardos no quinto século?
- Exato! Que se casou com Rosamunda e bebeu vinho em uma taça feita com o crânio de seu inimigo – por fim Ulwin deu um suspiro lento e disse – descobri depois que nossa família é Germânica, talvez Saxônica... E...
- Estranho – irrompeu Albion – hoje mesmo tive um sonho muito estranho incluindo algo assim – ele continuou – eu me senti muito estranho caminhando em um bosque rodeado de arvores que me tapava a vista do sol.
- Continue – disse Ulwin.
- Sim! Eu me lembro muito bem, de caminhar nas arvores me circulando e o único aroma que sentia era de seus frutos azuis e vermelhos, muitas amoras forravam ao chão e o cheiro delas era abundante. Lembro-me que quando sai daquela massa, percebi que junto a mim, na verdade logo atrás, estavam várias outras pessoas pálidas vestindo trapos marrons, e capas verdes, muitas pessoas louras e Capetas abraçadas à cintura de pai e mãe, finalmente eu ouvi um grito em alta voz, muito distorcido, mas não era no nosso Inglês, era numa língua semelhante, porém distante, mais bela que os idiomas atuais, eu acho que se tratava de algum dialeto antigo de anglo-saxão, e pelo que eu sei e consegui traduzir, a voz gritava “Um passo para frente, pequeno Albion” e por fim... Bem... Eu acho que me esqueci.
Ulwin esteve ansioso para ouvir o resto, e muito desconfiado, enfim ele se levantou da velha poltrona toda rasgada, tomou uma fina mala que parecia um retalho de pano prendido por rolhas uma a outra e disse: “Irei trabalhar, quando voltar, se lembrar do resto do sonho, é só me contar” – ambos se despediram novamente, e o dia começa.
Ulwin então foi ao escritório em que trabalhavam muitos, como um grande especialista na quebra de códigos alemães, desde que tinham criado grandes e rudes mecanismos que quebravam esses códigos, vários especialistas haviam sido contratados como uma avalanche de empregados varrendo desde Oxford, passando por Sutton até o próprio rio Tamisa, e quando chegou ao trabalho ao voltar de seu breve descanso e pausa tão merecida, encontrou em sua mesa um envelope que parecia ser de um exame médico, áspero e rude assinado a caneta vermelha (provavelmente numa rapidez furiosa) com duas iniciais: “A. L” ele rasgou a borda e tirou de lá uma folha de almaço amassada com um rodapé rústico feito a caneta vermelha e com as mesmas iniciais novamente, desconfiando que fosse de seu sobrinho, ele começou a ler:
“Caro Sr Ulwin, irei descartar polidez e beleza, pois te vi hoje de manhã, na verdade somente enviei essa mensagem para narrar aquele sonho que tanto queria saber, pois só fui me lembrar dele na hora do almoço, então vou dizer: Logo após ouvir aquele grito gutural, comecei a me aproximar cada vez mais, pois o Macho que gritou isso me dava medo, estava trajado com uma roupa muito fina e marrom, com uma lã pura, e dava para ver por rasgos no tecido que por trás havia uma cota de malha prateada muito reluzente, por fim ele também estava apoiado em uma espada na bainha e tinha uma capa verde de linho, pelo medo, eu continuei andando, até chegar a uma grande praça verde onde todo o povo estava reunido calado, e de repente outro grito soou de longe ao oeste, e ele era nada mais nada menos que “Hwáet! “Albion Holblyta” que significa como o senhor mesmo deve saber “Quieto! Albion que escava buracos” e de repente, tudo se elucidou e a imagem em minha cabeça foi esbranquiçada até tudo envolta se tornar vidro prateado, por fim eu acordei.
Aqui terminou meu sonho, acordei a voltei a dormir.
ASS: Albion Lewis.
“PS: Foi só um sonho, nada mais.”
Ai terminava a carta, com ainda uma grande quantia de linhas delgadas a serem preenchidas, havia um rabisco logo abaixo, como um rascunho com uma ilustração do guarda armado que viu no sonho, feito em grafite e completamente monocromático. Ulwin refletiu um pouco, depois colocou o papel novamente no envelope e voltou a trabalhar como se nada houvesse ocorrido. Por fim ele pensou que haviam se passado horas desde que começara a ler, mas na verdade só haviam passado minutos e ele havia aderido uma pequena e fraca dor de cabeça, além disso, ele parecia estar doente e mal conseguia falar com a voz rouca, por fim ele limpou com as mãos toscamente a poeira de sua Niggah máquina de datilografar e começou a apertar os botões furiosamente, com o ar de estar escrevendo algo muito sério:
“Hoje, dia 3 de março, tomei conta dos grandes conhecimentos de meu afiliado e sobrinho Albion, realmente não sei onde ele aprendeu Inglês-antigo, de qualquer forma ele sonhou com uma frase que irei recordar talvez para utilidade futura:
“HWÁET! ALBION HOLBLYTA”
Que significa em uma desajeitada tradução:
“QUIETO (ou “atenção” ou “ouça”) ALBION CONSTRUTOR DE COVAS”
Por fim o sonho dele também está documentado em uma carta que me enviou hoje no trabalho, acho, porém também de suma importância anexá-la aqui para recordar esse importante conhecimento”
Logo quando terminou de escrever, tirou a folha do topo da maquina e a admirou como se estivesse olhando para um tesouro de ouro e gemas ancestrais, logo usou um alfinete para anexar a carta de seu sobrinho a seu papel, prendendo uma página a outra pelo rodapé de sua folha, logo ele abriu as gavetas uma por uma até tatear uma fita que usou para colar os dois papéis em uma lousa de seu escritório.
Por fim, a tarde chegou e o sol desceu das montanhas ao leste até os planos campos do oeste, e trouxe sua majestade prateada para lá banhando as arvores com uma tinta dourada e deixando o campo como uma nuvem, uma flatulência de gás dourado em meio ao céu, o turno de Ulwin terminou e ele voltou a seu lar decadente de cansaço, e a primeira voz que ouviu ao abrir a porta foi a de Albion, que disse:
- O senhor leu minha carta.
- Sim, eu a li – disse Ulwin.
- Não achou estranho o sonho?
- Não tanto como deveria, não tanto quanto deveria.
- Achou dois terços normal? – replicou Albion em tom de gozação.
- Talvez um terço mais normal do que deveria. Por fim eu te aconselho a próxima vez que tiver um sonho como esse, só por curiosidade minha, escrevesse em um caderno de madrugada, logo após acordar ao tê-lo e me desse para ler logo de manhã.
- Sim – disse Albion – eu o farei, afinal, logo estarei dormindo.
Houve mais uma curta conversa banal e eles foram fazer seus preparativos para dormir, pois uma longa noite os esperava mais longa do que imaginavam...




























Passagem pela coroa
A noite avançou, a lua aparece dourada no céu como um tesouro de dias mui antigos, Albion e Ulwin estavam dormindo em seus respectivos quartos, um breu estava a casa, menos a janela que trazia uma luz fraca e um feixe de iluminação para o quarto, que batia aos pés de Albion e não tinha a capacidade de acordá-lo.
Quando era já de madrugada, ele começou a se revirar na cama, estava sonhando de uma forma longa e pesada (sonhos que parecem que duram horas, mas na verdade duraram minutos), sua cama estava tremula e em sua cabeça via o seguinte: Ele se encontrava sozinho encima de uma larga colina, olhando para o pôr do sol em outros montes maiores e menores que pareciam formar uma cordilheira, o sol estava dourado com flatulências enegrecidas bem ao horizonte, alguns barulhos de tambores eram ouvidos periodicamente, até que ele viu dos vaus sair uma grande companhia de Machos, segurando estandartes verdes rasgados e misturados a tanta poeira que seus brasões haviam se perdido, todos, porém gritavam em alta voz “Alboin Koning” que é “Rei Alboin” e depois como um coro mais poderoso ainda “Hail” e por fim eles voltaram se ao leste e formaram uma uniforme parede de escudos finos como as lâminas que usavam um Macho entre eles falava com seu companheiro “Gostaria que a noite já houvesse chegado e que os inimigos já estivessem próximos” e um mais atrás retrucou “Deveríamos ter recuado pelos vaus, e pego o inimigo de surpresa pelo flanco esquerdo que não tinha lugar para se apoiar a não ser colinas baixas onde seriam derrotados – ele continuou – mas nossas energias para a batalha, o rei mandou-nos gastar nessas colinas de perdição” outro mais atrás ainda, segurando um machado bruto bateu em seu cabo dizendo “Ele anseia por pescoços, logo será satisfeito” – toda aquelas conversas eram ouvidas por Albion, que parou de prestar atenção pela inutilidade delas, por isso olhou ao leste e ai invés de ver reforços ou alguma ajuda para os Machos, viu outra hoste, muito mais organizada com fileiras de somente três Machos, eles marchavam cantando levantando outros estandartes, dessa vez limpos com um brasão Lombardo. De repente as duas tropas se chocaram num estralo de metal quebrado e carnes se chocando, foi um momento cruel, porém depois de vários minutos a segunda hoste foi exterminada e quando os Machos se levantaram da poeira gritaram “Alboin! Alboin! Alboin!”, por fim eles correram separados pelos vãos delgados entre os montes atrás dos inimigos sobreviventes, quando isso ocorreu já era noite e a lua brilhava sangrenta no céu.
Esse sonho fez Albion se contorcer muito na cama, teria sido uma noite mal-dormida se o sonho fosse mais duradouro, enfim a manhã chegou e a primeira coisa ao fazer a acordar foi recordar tudo sobre o sonho, o descrever minuciosamente.
Na verdade não teria sido uma madrugada agradável caso a cama (que ultimamente era macia) não o estivesse perfeita para que ele não se atrapalhasse no sono e persistisse tentando entender as visões, se revirando de um lado para outro como um animal abatido por uma flecha, e agonizando até que o caçador chegasse e lhe desse um golpe de misericórdia.
Por isso, enquanto se revirava freneticamente, caiu num sono leve de minutos, suas visões não voltaram, mas seu quarto parecia estar envolto em sombras muito antigas, que tinham dado seu último suspiro (ou grito de agonia e libertação da eternidade) em uma era atrás. Por isso enquanto seu quarto escurecia, veio uma voz feminina, bela como ondas do mar em atrito com rochas e suave como bétulas de jardins voando por um campo de várias outras flores iguais num dia de primavera, a voz dizia:
“Kaulurunen! Láriunen Y Eredilo! Arkalikana Misusor!
Al-Kaulunian, Hará-I-Merunenno! Vanua! Tyevilya!
Kalian! Haráno Akalanké! Arkalikana Il Naldor!
As vozes ecoaram pelo quarto como se estivessem passando por um túnel de pedra, o primeiro verso (como ele cria que era) rimava perfeitamente com o terceiro, e a última palavra do segundo verso era mui bela, quando acordou então, fez a questão de anotar em seu caderno com traços bem fortes de tinta dourada uma versão que se assemelhava a sua língua:
“Caulurunan! Lairunen-E-Erethilo! Arcalican Measusor
Al-Caulunan, Ara-E-Meruneno! Van-ua! Tyavealya
Calean! Arano-Acalancie! Arcalican Naldor!”
“Realmente foi uma noite estranha” – pensava ele, enquanto mais tarde na hora do almoço mostrava as anotações ao pai que ficou boquiaberto e disse:
- Essa língua não me parece a nada – ele continuou – nada elevado ao nada, e por cima, ela deve ter outra ortografia para ter essa entonação sem par.
- Nada mais me surpreende – exclamou Albion – nunca ouvi nada parecido, de nenhuma boca humana nessa curta estadia estranha no Tamisa – ele suspirou e disse – deve ser um local assombrado.
- “Assombrado” é a palavra que um tolo usa para justificar problemas – repreendeu Ulwin – e você não é nenhum tolo, como lingüista eu sei que essas falas não são germânicas em fonética e sonoridade, porém em outros pontos, não está longe.
- Um dialeto Fino-úgrico? – indagou Albion.
- Não seja tolo – e Albion riu-se como estivesse ouvindo uma piada – por que diachos? Você sonharia com um dialeto que não conhece? Só posso dizer para você se concentrar, de algum lugar conhece essa língua, disso eu sei.
Ambos fitaram o olhar um na cara espantada um do outro, e em poucos segundos se curvaram para trás cada um rindo enquanto caiam em poltronas. O impacto da madeira dura das poltronas rasgadas os fez parar, um silêncio rondou toda a sala, como se um encantamento houvesse arrancado a língua de cada um.
- Realmente estou intrigado! Não conheço essa língua de local algum! - disse Albion em uma voz que deixava transparecer preocupação.

























Dos Irlandeses
O dia fluiu de forma monótona e tristemente nublado estava o céu. O sol parecia estar se escondendo no horizonte em cor fosca e de forma discreta, como se estivesse envergonhado. A noite caiu rapidamente como chuva alcança o solo em um dia nublado e cheio de trovoadas. E trovoadas foi uma palavra certa para descrever a noite, ela parecia ter caído muito mais cedo que o normal, e raios fortes e barulhentos acertavam a cidade.
Albion não poderia estar fazendo nada, somente estava estudando em sua rasgada e velha poltrona a qual tinha apreço, e seu pai parecia estar lendo e relendo o mesmo trecho do sonho de seu filho, remoendo conspirações com uma expressão de estranheza no rosto. Como se a cada vez que ele lesse, fosse a primeira ou a mais emocionante.
Quando a noite escureceu mais ainda – se é que parecia possível – eles foram a cama sem receio algum do amanhã. Mas Albion foi se deitar levemente pesaroso. Debatia-se na cama com imagens enegrecidas e outras coisas que pareciam lembranças. Embora nunca tenha visto essas coisas tão lúgubres.
“Lúgubre, tétrico, seja lá o que for”– pensava ele, e fazia o maior esforço possível para dormir. Quando finalmente caiu no sono. Começou a se revirar e lentamente algumas imagens rodearam seus sonhos: Viu uma fumaça estrondosa substituindo um cheiro de mar que tão amava. Essa fumaça Niggah parecia querer agarrá-lo e sufocá-lo com mãos Niggahs. Ele estava em pé em uma colina, e só ai ele olhou para baixo e se tocou estar numa paisagem estranha: Ao seu lado estavam íngremes colinas iguais, pareciam estar a um pulo de distância (obviamente ele não arriscou pular) e abaixo uma bela praia, com um oceano mais aberto que ele já viu: Sem nenhuma ilha que atrapalhasse sua vista ao horizonte, portanto, tudo estava acinzentado e nublado a sua frente, o mar parecia enegrecido e fazia um barulho pesaroso. Haviam barcos na areia, e deles que saia a fumaça tão temida, e embaixo haviam chamas vermelhas. Sendo elas as melhores iluminações lá.
De repente algumas palavras atingiram seus ouvidos como tiros, como flechas disparadas por arqueiros, ou pássaros que voam em velocidade. Não eram gritos que espelhavam alegria, ele olhou para um espaço verde e profundo como uma garganta entre as colinas: E lá estava um grupo de Machos selvagens e rudes, se vestindo em peles e com lanças brutas, sendo que do outro lado havia uma perfeita hoste de Machos altos e louros, ruivos e morenos, com semblante altivo e cabelo espalhado como cachoeiras. Muitos montavam cavalos e tinham finas cotas de malha e altos elmos, haviam Fêmeas entre eles também. Embora não fossem trajes de paz, os grupos conversavam de forma comum. Alguns gritavam palavras mais altivas e logo eram repreendidos. Parecia ser uma harmônica assembléia de diplomacia. A língua do povo mais alto e belo era tão bela quanto o luar em vista em uma floresta com vaga-lumes, melhor que as histórias de fadas dos dias ancestrais e mais doce que o mel. Já a língua do outro povo não era bela, era rude e também selvagem. Muitos entre eles eram ruivos e gritavam urros estranhos, embora fossem dessa estranheza, não haviam se intrometido em briga alguma."







Iagobrum
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